PF mira desvio de R$ 15 milhões da Justiça do Trabalho do RJ
PF mira desvio de R$ 15 milhões da Justiça do Trabalho do RJ A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira (11) a Operação Apócrifo, contra o desvio d...
PF mira desvio de R$ 15 milhões da Justiça do Trabalho do RJ A Polícia Federal (PF) iniciou nesta quinta-feira (11) a Operação Apócrifo, contra o desvio de valores da Justiça do Trabalho do RJ destinados ao pagamento de alvarás judiciais. As investigações apontaram que os envolvidos retiraram cerca de R$ 15 milhões entre 2022 e 2025. Agentes saíram para cumprir 7 mandados de busca e apreensão nas cidades de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e Valença, no Sul Fluminense. As apurações revelaram um esquema que habilitava terceiros que não faziam parte dos processos judiciais e os colocava como beneficiários de valores a receber. Um servidor da Justiça do Trabalho — identificado como principal responsável pela execução da fraude — foi um dos alvos da operação. O inquérito policial foi instaurado com base em informações do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ), que identificou irregularidades no pagamento de alvarás judiciais com possibilidade de participação de servidores. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 RJ no WhatsApp O TRT-RJ deu apoio às investigações, fornecendo informações e documentos necessários ao andamento dos trabalhos. Os investigados poderão responder pelos crimes de peculato e inserção de dados falsos em sistemas de informação. As apurações foram coordenadas pela Delegacia de Polícia Federal em Nova Iguaçu. Desvio de verbas trabalhistas Em setembro, o g1 revelou que a Polícia Federal investigava uma fraude na expedição de alvarás na 2ª Vara do Trabalho de Nova Iguaçu. Na época, a presidência do TRT-RJ havia instaurado uma sindicância, o juiz titular da vara, Francisco Antônio de Abreu Magalhães, foi afastado do cargo e o então diretor de secretaria, Vidal Nobre de Azevedo, acabou exonerado. A assistente dele também foi afastada. Em uma mensagem enviada pelo WhatsApp a colegas de trabalho — à qual o g1 teve acesso — Azevedo afirmou ter isentado outras pessoas de participação na fraude durante seu depoimento à Polícia Federal. Segundo ele, tanto o juiz quanto a assistente “não sabiam do que estava acontecendo”. Nesta quinta-feira (11), durante sessão ordinária do Órgão Especial do TRT-RJ, os desembargadores aprovaram por unanimidade a abertura de um Processo Administrativo Disciplinar em Face de Magistrado (Padmag). Com isso, o tribunal vai apurar se o juiz Magalhães cometeu alguma irregularidade. Os magistrados também decidiram manter o afastamento dele até a conclusão do processo. Procurado pelo g1, o juiz Francisco Antônio de Abreu Magalhães comentou a decisão que abriu o processo administrativo e que manteve seu afastamento. "A abertura é medida correta e visa a apurar se houve falta disciplinar na gestão da unidade", declarou. "Os desembargadores do Órgão Especial são pessoas honradas e tenho plena confiança no seu trabalho". PF cumpre mandado na Operação Apócrifo Divulgação/PF