Manobra de desengasgo: bombeira viraliza com vídeo ao lado da filha ensinando nova forma de salvar vidas
Bombeira viraliza com dicas sobre nova manobra de desengasgo Em apenas dois passos em um vídeo com a filha, a capitã do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo,...
Bombeira viraliza com dicas sobre nova manobra de desengasgo Em apenas dois passos em um vídeo com a filha, a capitã do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo, Carla Andresa, viralizou ao mostrar o que fazer em caso de um engasgo infantil. ➡️O conteúdo, que acumula mais de 30 milhões de visualizações, resume as novas manobras estabelecidas pela American Heart Association (AHA): Passo 1: realizar cinco golpes dorsais firmes entre as escápulas (meio das costas) Passo 2: caso a desobstrução não seja bem-sucedida, fazer cinco compressões abdominais (antes conhecida como manobra de Heimlich, agora chamada de compressões abdominais) Veja abaixo o passo a passo mais detalhado. Bombeira viraliza ensinando nova manobra de desengasgo. Reprodução Capitã do Corpo de Bombeiros mostra os movimentos intercalados recomendados na nova manobra. Reprodução "Os últimos estudos mostraram que o golpe nas costas é efetivo, até mais do que as compressões abdominais", comenta Andresa. ➡️Neste mês de outubro, a associação atualizou suas diretrizes oficiais de primeiros socorros, reanimação cardiopulmonar (RCP) e emergências cardiovasculares. Entre as principais mudanças está a forma de agir em casos de engasgo com obstrução das vias aéreas, tanto em bebês e crianças quanto em adultos conscientes. A profissional explica que os protocolos são constantemente atualizados para garantir a sobrevida das vítimas e que é essencial realizar corretamente as manobras. Bombeiros do RJ ensinam novas manobras de desengasgo No caso das crianças, ela alerta que o erro mais comum costuma ser não agachar para realizar o movimento. "Quando você não se posiciona direito para formar uma parede para você fazer a manobra com força, a vítima fica solta e a compressão pode não ser tão eficiente", comenta. Já no caso dos bebês, o problema costuma ser não inclinar a criança na hora de fazer os movimentos. Isso porque, tanto os golpes dorsais como as compressões torácicas se beneficiam da gravidade para que o alimento ou objeto seja expelido. Viral que salva vidas Apesar de já produzir conteúdos semelhantes para suas redes sociais há tempos, a capitã do Corpo de Bombeiros se disse surpresa com a repercussão do vídeo. Carla conta que gravou no mesmo dia que recebeu a atualização das diretrizes da American Heart Association (AHA) em grupos de atendimento pré-hospitalar de qual faz parte e foi uma das primeiras a falar sobre o novo protocolo. Ela ainda lembra que os feedbacks dos vídeos sempre costumam ser positivos, com muitas pessoas afirmando que conseguiram salvar uma vida ao aprender com as dicas da profissional. "Mesmo a pessoa nunca tendo feito com um boneco ou um simulador, ela consegue lembrar de manobras assim quando assiste um vídeo. [...] Quanto mais eu compartilhar, mais vidas serão salvas", reforça. 🩺 O que muda As novas orientações foram publicadas na revista científica Circulation e substituem as de 2020 — marco da última grande revisão. A AHA é a entidade que define os protocolos seguidos mundialmente em cursos de primeiros socorros. A partir de agora, a recomendação da AHA para vítimas conscientes — crianças e adultos — é alternar cinco pancadas nas costas com cinco compressões abdominais (a conhecida manobra de Heimlich). Até então, o protocolo orientava começar diretamente pelas compressões. “A atualização consolida décadas de estudos e testes clínicos. É um retorno às evidências que mostram que as pancadas nas costas ajudam a deslocar o objeto antes mesmo das compressões abdominais”, explica Ashish Panchal, médico e coordenador do comitê de emergência cardiovascular da AHA. Para bebês com menos de 1 ano, o procedimento também foi ajustado: deve-se alternar cinco pancadas nas costas e cinco compressões no peito, usando a base da palma da mão, até que o corpo estranho seja expulso ou até que o bebê perca a consciência. ➡️No caso dos bebês, a capitã do Corpo de Bombeiros lembra que a situação mais comum – e perigosa – é o engasgo com o próprio leite materno. Já para crianças um pouco maiores, os casos mais comuns são de aspiração de brinquedos não adequados para a idade ou que solta peças. Segundo a AHA, o objetivo é aumentar a eficácia e reduzir o risco de lesões. Vale reforçar que, nos menores de um ano, as compressões abdominais estão proibidas por poderem ferir órgãos internos. 👶 Passo a passo para bebês (até 1 ano) Manobra para desengasgo em bebês Reprodução/AHA Verifique se o bebê está realmente engasgado: ele não consegue tossir, chorar, respirar, muda de cor ou fica molinho. Apoie-o de bruços sobre o antebraço, com a cabeça mais baixa que o corpo. Dê cinco pancadas firmes nas costas, entre as escápulas. Vire o bebê de barriga para cima e faça cinco compressões torácicas no centro do peito, com a base da palma da mão. Alterne os dois movimentos até o objeto sair ou o bebê perder a consciência. Não introduza os dedos na boca se o corpo estranho não estiver visível. Se o bebê desmaiar, inicie a reanimação (RCP): 30 compressões no peito com os dois polegares + 2 ventilações Nova diretriz de desengasgo Reprodução/AHA 👧 Passo a passo para crianças maiores de 1 ano e adultos Novas diretrizes incluem orientação para alternar palmadas nas costas com manobra Reprodução/AHA Confirme se há obstrução total — ausência de tosse, som ou respiração. Posicione-se atrás da vítima, levemente inclinado para frente. Dê cinco pancadas firmes nas costas com o calcanhar da mão. Se o objeto não sair, realize cinco compressões abdominais (manobra de Heimlich): Feche um punho e posicione-o acima do umbigo e abaixo do osso do peito. Segure o punho com a outra mão e comprima com força para dentro e para cima. Alterne as pancadas e compressões até que o objeto seja expelido ou a pessoa perca a consciência. Se a vítima desmaiar, deite-a e inicie as compressões torácicas no ritmo da RCP tradicional (100 a 120 por minuto). Socorrista mostra como realizar a técnica com criança Divulgação/AHA 📊 Por que as diretrizes mudaram De acordo com o novo documento, quase 40% das paradas cardíacas infantis fora do hospital nos EUA são causadas por emergências respiratórias ou asfixia. As novas recomendações da AHA buscam simplificar o treinamento, aumentar a chance de resposta eficaz e diminuir o tempo até o início das manobras, um dos fatores mais críticos para a sobrevivência ⚠️ Quando procurar ajuda imediatamente Se a pessoa não conseguir respirar, tossir ou falar. Se ficar inconsciente. Se o objeto não for expulso após as manobras. Sempre acione o SAMU (192) antes de iniciar os procedimentos. 🧠 Outros pontos das novas diretrizes Treinamento infantil: crianças a partir dos 12 anos podem aprender RCP e uso de desfibrilador automático. Opioides: inclusão de um novo protocolo de atendimento em casos de overdose, com orientações sobre o uso público da naloxona. Cordão umbilical: em recém-nascidos saudáveis, o clampeamento do cordão deve ser adiado por pelo menos 60 segundos, o que melhora os níveis de ferro e oxigenação. Cadeia de sobrevivência única: a AHA unificou o antigo conjunto de protocolos em um só, válido para adultos, crianças e casos hospitalares e extra-hospitalares.